domingo, 6 de dezembro de 2015

Como é a vida dentro de um cupinzeiro??

Os cupins formam uma sociedade altamente organizada e passam a maior parte do dia trabalhando em seu ninho. "A população de um cupinzeiro pode chegar a milhões de indivíduos e está dividida em três castas básicas: casal real, soldados e operários", afirma o biólogo Francisco José Zorzenon, especialista em cupins do Instituto Biológico de São Paulo. Cada uma dessas castas tem uma função bem específica na vida da colônia. Essas funções são mais ou menos as mesmas nas quase 3 mil espécies de cupins conhecidas no mundo. Por volta de 300 delas são encontradas no Brasil, sendo que a espécie Coptotermes gestroi é uma das mais comuns. Altamente adaptáveis, esses pequenos insetos habitam a Terra há muito mais tempo que o homem - já foram encontrados restos fossilizados de cupins com 55 milhões de anos. Ao contrário do que se possa pensar, eles não se alimentam só de madeira, mas também de plantas e fungos. Por isso, exercem um papel importante na decomposição da matéria orgânica, contribuindo para deixar o solo mais fértil. Os tipos de ninho variam de uma espécie para outra, sendo os mais comuns os subterrâneos, os arborícolas (construídos em galhos e troncos de árvores), os em madeira e os ninhos de montículo, que ficam no solo e podem ser vistos em pastagens.



O cupinzeiro é um aglomerado de terra e outros resíduos, edificado pelos cupins, constituindo o seu ninho. Os cupins são os grandes construtores do mundo dos insetos. Os enormes cupinzeiros da espécie africana Macrotermes podem medir 8 metros de altura e mesmo uma colônia média pode chegar a cerca de dois milhões de integrantes. As paredes dos cupinzeiros são feitas de partículas de soloretiradas pelos pequenos cupins operários e misturadas à saliva para formar uma substância dura semelhante ao tijolo, resistente a tudo, exceto a um predador persistente. O alicerce do ninho, no centro do monte consiste de um labirinto de passagens dando acesso a inúmeras camadas de vários tipos, cada uma com uma função especial: berçários onde as larvas eclodem e são nutridas; "jardins" especiais onde fungos são cultivados para alimentar a colônia; e uma câmara real, onde a rainha vive, colocando milhares de ovos para assegurar a continuidade da espécie. Ao mesmo tempo que fornece proteção contra intrusos, o monte é construído de maneira a proporcionar um "microclima" perfeitamente balanceado, essencial para a sobrevivência de seus habitantes. Temperatura, umidade e ventilação são precisamente regulados. O ar do interior do ninho, aquecido pela atividade metabólica dos cupins e fungos a uma temperatura constante de cerca de 30°C, sobe por convecção e depois desce por canais estreitos nas paredes do monte, perdendo calor para o exterior e trocando dióxido de carbono por oxigênio no processo. Por fim, o ar renovado e resfriado entra na área habitada por baixo, para ser novamente circulado.
Cupinzeiros também são conhecidos pelos nomes de aterroada, bagabaga, cupim, cupineiro, itacuru, itacurubá, itapecuim, itapicuim, morro de muchém, montículo de muchém, murundu, surujê, tacuri, tacuru, tapecuim, tapicuém, termiteiro, terroada, torroada e tucuri.

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